Cobertura: Emo vive e emociona no Festival Polifonia.

O sábado no Festival Polifonia mostrou pra mim que o espírito emo segue mais vivo do que nunca. A primeira banda a subir no palco foi a Boasorte, que já chegou conquistando a plateia com um entrosamento impressionante e um som cheio de qualidade e umas experimentações que soaram muito bem. Foi o aquecimento perfeito para o que viria depois.



Fotos: Cesinha
Na sequência, o Hateen entregou um setlist especialíssimo, só com músicas em inglês. Pra quem, como eu, acompanhou a banda desde a adolescência, foi um presente e tanto poder gritar junto essas letras que, mesmo 20 anos depois, ainda mexem comigo. E, como se não bastasse, eles ainda tocaram um cover poderoso de “In Circles”, do Sunny Day Real Estate — a banda que o Dave Grohl recrutou integrantes para formar o Foo Fighters.
Depois foi a vez da banda cristã Mae, que fez um show bonito e serviu pra dar uma acalmada nos ânimos, preparando o clima para a sequência explosiva que vinha aí.
Emery entrou logo depois, e mesmo quem não conhecia tanto o repertório foi arrebatado por uma apresentação intensa, que foi quase como um soco no peito. Pra completar o momento, o Rodrigo Tavares (ex-Fresno) apareceu de surpresa para cantar junto e, no fim, ainda se jogou num mosh pra galera — cena que vai ficar pra sempre na memória.
Na sequência, Anberlin subiu com o Matty Mullins (ex-Memphis May Fire) como vocalista e entregou um show impecável, tocando o disco Never Take Friendship Personal na íntegra, além de outros clássicos que mantiveram todo mundo pulando e cantando até o bis.
Quando a Fresno entrou, foi catarse pura. Dá pra dizer que a banda nunca perde a força: cada música foi uma viagem no tempo, passando por toda a melancolia e explosões que sempre marcaram a trajetória do grupo. Eles tocaram o “Velho Testamento” da Fresno — e eu senti como se voltasse pra minha própria história, junto com uma plateia que sabia cada palavra.
Entre a nostalgia, os abraços e os sorrisos que vi ao meu redor, percebi que o Polifonia tem algo que muitos festivais já perderam: alma. Ali, os artistas e o público estavam lado a lado, vivendo algo genuíno e poderoso. Como a própria produção disse no fim da noite, “nos vEMOS em breve” — e depois desse dia, eu já tô contando as horas pra 2026.